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O BLOG PHANTASTICUS EM DUAS VERSÕES EM PORTUGUÊS E EN ESPAÑOL.

Versão em português: Visões apocalípticas * Ficção e Realidade * Tudo acontecendo em uma estrada.

Um alô para todxs!  Pensei muito o que escrever no post de hoje no blog PHANTASTICUS.  Fiquei em dúvida se me mantinha na ficção ou se falava um pouco da nossa realidade atual.  E acho que consegui escolher.  Vou falar dos dois.

Já falamos muito por aqui das “previsões” de avanços científicos dos autores de literatura fantástica.  Julio Verne, P.K. Dick, Issac Asimov, H.G. Wells e outros tantos.

Revejam alguns posts:

jotacortizo.wordpress.com/2020/03/29/um-pouco-mais-de-julio-verne/

jotacortizo.wordpress.com/2019/10/06/e-voltamos-a-falar-de-futuro-e-de-previsoes/

jotacortizo.wordpress.com/2017/10/16/a-eternidade-do-eterno-issac-asimov/

Foram muitas inovações que os gênios da ficção nos apresentaram tecnologias que viriam a surgir muitos anos (ou décadas) depois.

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De outro ponto, muitos autores se especializaram em tragédias.  Por vezes com inspiração na vida real, outras vezes vindo puramente da imaginação.  Melhor dizendo, de visão.  Desta forma já vimos muito, nos livros, sobre pragas que assolaram a humanidade em ambientes pré e pós apocalípticos.

Nota: Muitos autores se basearam nas grandes epidemias históricas como a “Peste Negra” e mais recentemente a grande epidemia da “Gripe Espanhola”.

Trago aqui dois post para relembrar:

jotacortizo.wordpress.com/2019/08/31/a-devastacao-do-planeta-terra-ficcao-ou-uma-realidade/

jotacortizo.wordpress.com/2020/03/22/epidemias-na-litfan-volume-i/

 

Mas, um deles – em um livro para lá de realista – me impressionou muito.  E acredito que não só a mim, mas a muitos outros leitores. “The Road” (A Estrada).  Livro publicado em 2006 e que deu, ao seu autor, o Prêmio Pulitzer de Ficção (em 2007).  Seu autor? O americano Cormac McCarthy. 

“The Road” é mais uma forma de lidar com o tema “apocalipse”.   O livro conta a história protagonizada por um pai e seu filho.  Em um mundo devastado, onde duas pessoas seguem em busca de sobrevivência. É uma distopia para lá de perturbadora.

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Não existem mais plantações.  Os animais morreram.  Não há mais peixes nos lagos.  Tudo está coberto por cinzas.  As árvores, agora mortas, caem a todo instante. Existem alguns sobreviventes – desnutridos em alto grau – seguindo pela estrada.  E tudo o que resta para comer são os próprios seres humanos.

McCarthy não coloca o que aconteceu para que as coisas chegassem a esse ponto, mas acaba sem gerar esta necessidade.

A história não gira em torno de respostas porque, independente do que seja o que tenha ocasionado o fim da humanidade como conhecemos, não interessa. O que interessa é que temos esse homem e esse menino e eles precisam sobreviver. Aliás, “homem” e “menino” é como os conhecemos, já que em nenhum momento sabemos os seus nomes, suas idades, onde moravam ou o que faziam antes de tudo chegar ao fim. Nada disso importa. Agora eles estão reduzidos ao que são em essência: homem e menino. Pai e filho. E é assim que os conhecemos.

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Com uma visão diferente, o livro não tem divisão em capítulos, apenas segmenta a narrativa em pequenos trechos. Isso porque nesta história não há interrupção. É tudo uma sequência, um dia após o outro por uma longa estrada.

A intenção dos dois é seguir para o sul, onde – provavelmente – seria mais quente e teriam mais chances de resistir ao inverno. O céu, está sempre coberto por grossas nuvens impedindo que os raios de sol cheguem à superfície.

Nota:  Um ponto de destaque da narrativa é que ela parece querer preencher com cores a falta de mundo. No cenário não há nada, mas o autor consegue tornar o “nada” vívido.

Uma outra observação sobre a forma de escrever de McCarthy.  E que pode desagradar alguns leitores.  É a falta de marcação de diálogos. Não temos travessão, nem aspas, nem mesmo indicação de quem fala. Afinal, estamos em um mundo sem regras. Um mundo hostil.  Um mundo em que não existe nada além de eles dois. Precisamos nos ater ao essencial e eliminar o supérfluo. Assim, o que vale para os hábitos, o autor transfere também à narrativa. Apesar disso, os diálogos não deixam dúvidas porque o McCarthy define com clareza as duas personalidades.

Voltando, como havíamos descrito um pouco mais acima, o canibalismo se tornou a principal, se não única, forma de sobreviver – para alguns grupos – do que restou da população.  Pessoas são mantidas em porões para servir de alimento.  Partes dos seus corpos são, gradualmente, retirados para serem cozidas ou defumadas.  Dor, sofrimento, agonia e tudo mais que você possa imaginar.  Ou talvez seja inimaginável.  Talvez!

Nota:  Vou preservá-los das informações mais detalhadas sobre esta prática – claro, que no livro – de alimentação.  Mas mulheres e crianças se tornaram as vítimas preferidas e praticamente desapareceram.

O autor nos leva – com muita profundidade – pelos caminhos tortuosos do comportamento humano.  Sórdido, impiedoso, vingativo e quantos mais você pensar.  E se você avaliar – dentro da premissa do que está sendo escrito – nada muito diferente do que vemos todos os dias, seja nos jornais, seja na fila do mercado.  O ser humano é bondoso e perverso.  É egoísta e altruísta.  Por vezes, todas estas facetas em um único invólucro.

A narrativa, por mais pesado que seja o tema, se torna leve com o passar das páginas.  McCarthy, consegue fazer muito com apenas dois personagens.  Um grande desafio, pois as linhas são sempre desafiantes e porque a história pode facilmente se tornar cansativa. Ele fez gigantes os seus dois personagens, em um mundo onde nada mais existe além deles e, consequentemente, tudo que eles fazem é andar e comer.  Eles vivem sempre um desafio gigante.  Viver.

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McCarthy, na juventude serviu na Força Aérea dos Estados Unidos durante quatro anos, e estudou Artes na Universidade do Tennessee. É vencedor do “National Book Award”, do “National Book Critics Circle Award” e do “Prémio Pulitzer de Ficção 2007”.  Em 40 anos de carreira literária, produziu nove romances.

Muitos de seus trabalhos foram adaptados para o cinema. “No Country for Old Men” foi adaptado para um filme de 2007 com o mesmo nome, que ganhou quatro prêmios da Academia, incluindo Melhor Filme. Todos os “Pretty Horses”, “Child of God” e, claro, “The Road” também foram adaptados como filmes.

Finalizamos com uma reflexão de McCarthy: “A vida é breve, e passar o tempo todo fazendo o que os outros querem que você faça não é o modo de vivê-la”.  Cormac McCarthy

Espero que tenham gostado do post.  Vejo todos vocês no próximo.

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Jota Cortizo

Versión española: Visiones apocalípticas * Ficción y realidad * Todo lo que sucede en un camino.

¡Hola a todos! Pensé mucho sobre qué escribir en la publicación de hoy en el blog PHANTASTICUS. Tenía dudas sobre si seguía en la ficción o si hablaba un poco sobre nuestra realidad actual. Y creo que tengo que elegir. Hablaré de los dos.

Ya hemos hablado mucho aquí sobre las “predicciones” de los avances científicos de los autores de literatura fantástica. Julio Verne, P.K.Dick, Issac Asimov, H.G.Wells y muchos otros.

Revisa algunas publicaciones:

jotacortizo.wordpress.com/2020/03/29/um-pouco-mais-de-julio-verne/

jotacortizo.wordpress.com/2019/10/06/e-voltamos-a-falar-de-futuro-e-de-previsoes/

jotacortizo.wordpress.com/2017/10/16/a-eternidade-do-eterno-issac-asimov/

Hubo muchas innovaciones que los genios de la ficción nos presentaron con tecnologías que aparecerían muchos años (o décadas) más tarde.

Desde otro punto, muchos autores se especializan en tragedias. Algunas veces inspirado por la vida real, otras veces por pura imaginación. Mejor dicho, de visión. De esta manera, ya hemos visto mucho, en libros, sobre plagas que plagaron a la humanidad en entornos pre y post apocalípticos.

Nota: Muchos autores se han basado en epidemias históricas importantes como la “Peste Negra” y, más recientemente, la gran epidemia de “gripe española”.

Aquí hay dos publicaciones para recordar:

jotacortizo.wordpress.com/2019/08/31/a-devastacao-do-planeta-terra-ficcao-ou-uma-realidade/

jotacortizo.wordpress.com/2020/03/22/epidemias-na-litfan-volume-i/

Pero uno de ellos, en un libro más allá del realismo, me impresionó mucho. Y creo que no solo yo, sino muchos otros lectores. “El camino”. Libro publicado en 2006 y que otorgó a su autor el Premio Pulitzer de Ficción (en 2007). ¿Su autor? El estadounidense Cormac McCarthy.

“The Road” es otra forma de abordar el tema “apocalipsis”. El libro cuenta la historia de un padre y su hijo. En un mundo devastado, donde dos personas continúan en busca de la supervivencia. Es una distopía más que perturbadora.

No hay más plantaciones. Los animales murieron. No hay más peces en los lagos. Todo está cubierto de cenizas. Los árboles, ahora muertos, caen todo el tiempo. Hay algunos sobrevivientes, desnutridos en gran medida, que siguen el camino. Y todo lo que queda para comer son los propios humanos.

McCarthy no declara qué sucedió para llevar las cosas a ese punto, pero termina sin generar esta necesidad.

La historia no gira en torno a las respuestas porque, independientemente de lo que pueda haber causado el fin de la humanidad tal como la conocemos, no importa. Lo que importa es que tenemos este hombre y este niño y que necesitan sobrevivir. De hecho, “hombre” y “niño” son cómo los conocemos, ya que en ningún momento sabemos sus nombres, sus edades, dónde vivieron o qué hicieron antes de que todo terminara. Nada de eso importa. Ahora se reducen a lo que son en esencia: hombre y niño. Padre y hijo. Y así es como los conocemos.

Con una visión diferente, el libro no está dividido en capítulos, solo segmenta la narración en pequeñas secciones. Eso es porque en esta historia no hay interrupción. Todo es una secuencia, un día tras otro en un largo camino.

La intención de los dos es ir al sur, donde, probablemente, sería más cálido y tendrían una mejor oportunidad de resistir el invierno. El cielo siempre está cubierto por espesas nubes, evitando que los rayos del sol lleguen a la superficie.

Nota: Lo más destacado de la narrativa es que parece querer llenar la falta de mundo con color. En el escenario no hay nada, pero el autor logra hacer que la “nada” sea vívida.

Otra observación sobre la escritura de McCarthy. Y eso puede disgustar a algunos lectores. Es la falta de diálogos de programación. No tenemos guiones, ni comillas, ni indicación de quién está hablando. Después de todo, estamos en un mundo sin reglas. Un mundo hostil Un mundo en el que no hay nada más que los dos. Necesitamos apegarnos a lo esencial y eliminar lo superfluo. Por lo tanto, lo que se aplica a los hábitos, el autor también se transfiere a la narrativa. A pesar de esto, los diálogos no dejan dudas porque McCarthy define claramente a las dos personalidades.

Al regresar, como describimos un poco más arriba, el canibalismo se ha convertido en la principal, si no la única, forma de sobrevivir, para algunos grupos, de lo que queda de la población. Las personas se mantienen en bodegas para servir de comida. Partes de sus cuerpos se retiran gradualmente para ser cocinadas o ahumadas. Dolor, sufrimiento, agonía y todo lo que puedas imaginar. O tal vez es inimaginable. ¡Tal vez!

Nota: Lo preservaré de la información más detallada sobre esta práctica, por supuesto, la que se encuentra en el libro, de la alimentación. Pero las mujeres y los niños se han convertido en las víctimas preferidas y prácticamente han desaparecido.

El autor nos lleva, muy profundamente, por los tortuosos caminos del comportamiento humano. Sórdido, despiadado, vengativo y cuántos más piensas. Y si evalúa, dentro de la premisa de lo que se está escribiendo, nada muy diferente de lo que vemos todos los días, ya sea en los periódicos o en la cola de Mer atendido El ser humano es amable y malvado. Es egoísta y desinteresado. A veces, todas estas facetas en un solo recinto.

La narrativa, no importa cuán pesado sea el tema, se vuelve ligera con el paso de las páginas. McCarthy, puede hacer mucho con solo dos personajes. Un gran desafío, porque las líneas siempre son desafiantes y porque la historia puede volverse agotadora fácilmente. Hizo gigantes a sus dos personajes, en un mundo donde nada más existe, pero, en consecuencia, todo lo que hacen es caminar y comer. Siempre viven un desafío gigante. Para vivir

McCarthy, en su juventud sirvió en la Fuerza Aérea de los Estados Unidos durante cuatro años, y estudió Artes en la Universidad de Tennessee. Ganó el “National Book Award”, el “National Book Critics Circle Award” y el “Pulitzer Prize for Fiction 2007”. En 40 años de carrera literaria, produjo nueve novelas.

Muchas de sus obras fueron adaptadas para el cine. “No Country for Old Men” fue adaptada para una película de 2007 del mismo nombre, que ganó cuatro Premios de la Academia, incluida la Mejor Película. Todos los “Pretty Horses”, “Child of God” y, por supuesto, “The Road” también fueron adaptados como películas.

Terminamos con una reflexión de McCarthy: “La vida es corta, y pasar todo el tiempo haciendo lo que otros quieren que hagas no es la forma de vivirlo”. Cormac McCarthy

Espero que hayas disfrutado la publicación. Hasta la próxima.

Jota Cortizo

 

Fontes/fuentes:

Imagem principal – aescotilha.com.br/wp-content/uploads/2018/04/literatura-fantastica-introducao-parte-1.png

Capa: delfos.net.br/wp-content/uploads/2017/06/adan%C3%A7adamortecapanovodelfos.jpg

pt.wikipedia.org/wiki/Cormac_McCarthy

momentumsaga.com/2013/05/resenha-estrada.html

alemdacontracapa.blogspot.com/2018/10/resenha-a-estrada-cormac-mccarthy.html

i.imgur.com/AkmSSnz.jpg

conhecimentocientifico.r7.com/wp-content/uploads/2019/03/saiba-o-que-foi-a-peste-negra-onde-ocorreu-quantos-morreram.jpg

amazon.com/images/I/81WVDN%2BYG0L.jpg

wikimedia.org/wikipedia/pt/a/a7/The_Road_movie_poster.jpg

jpimg.com.br/uploads/2020/01/incendio-australia.jpg

adrenaline.com.br/files/upload/noticias/2013/03/andrei/metro_ll.jpg

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