O BLOG PHANTASTICUS EM DUAS VERSÕES – EM PORTUGUÊS E EN ESPAÑOL.
Versão em português: Halloween + E.A. Poe = Terror absoluto.
Um grande OI para todxs. Espero que estejam bem e com ótima saúde. Que tenham uma ótima semana. Bem, como o título do post já diz, trazemos algumas linhas sobre Halloween, terror e um dos grandes mestres deste subgênero: Edgar Alan Poe.
Nos muitos posts que o PHANTASTICUS explorou sobre o tema Teror + Poe, um dos principais foi “A arte de aterrorizar por Edgar Allan Poe”. Link abaixo (é só copiar e colar no seu navegador)
jotacortizo.wordpress.com/2015/05/23/a-arte-de-aterrorizar-por-edgar-allan-poe-el-arte-de-aterrorizar-por-edgar-allan-poe/
Quando nasceu, em 19 de janeiro de 1809, Edgar Allan Poe chamava-se apenas Edgar Poe. No entanto, no espaço de apenas dois anos, o seu pai abandonou a família e a sua mãe morreu, o que fez com que fosse levado para uma família de acolhimento, os Allan, que cedo o batizaram com o nome que tão bem conhecemos. Mas…
Acontece que o futuro autor nunca se deu bem com o seu novo “pai”, um mercador dos mais diversos produtos – inclusive escravos – chamado John Allan. Depois de inúmeras atritos, os dois cortaram relações e John acabou por retirar Edgar do seu testamento. Por sua vez, este recusava assinar o nome do meio, preferindo escrever apenas “Edgar A. Poe”.
A primeira obra publicada por Edgar Allan Poe – que, aos 18 anos, mandou imprimir apenas 50 cópias – é uma coleção de poemas assumidamente modestos, escritos durante a adolescência do autor. Foi esquecido durante anos mas, e só foi “percebido” muitos anos após a morte de Poe. Chama-se “Tamerlane and Other Poems”, e surge assinado na capa por “um nativo de Boston” e foi publicado em julho de 1827, sendo recebido com uma quase total indiferença pela crítica e pelo público. É hoje um dos livros mais valiosos do mundo. Com apenas 12 exemplares do livro ainda existentes, foi considerado um dos títulos mais raros da literatura americana. Um destes exemplares acabou por ser vendido, em 2009, por 662.500 dólares.
O poema “O Corvo” fez de Edgar Allan Poe uma celebridade, construindo em bases muito sólidas o seu legado, enquanto referência maior da literatura gótica. Mas a obra do mestre do macabro toca em muitos mais géneros do que o horror. Poe é, de resto, apontado por muitos como um dos inventores da ficção policial, em especial devido a histórias como “The Narrative of Arthur Gordon Pym” (A Narrativa de Arthur Gordon Pym), que se revelaram importantes inspirações para autores como Júlio Verne e H. G. Wells. E foi o mesmo Poe que criou as primeiras histórias de detetives, com o seu Auguste Dupin a abrir caminho para investigadores como Sherlock Holmes e Hercule Poirot em Os Crimes da Rua Morgue.
Tempestades, naufrágios, motins a bordo, ilhas desertas e ataques de selvagens, não necessariamente nesta ordem (nem em ordem nenhuma, aliás), fazem desta novela de um daqueles típicos romances de aventura lidos pelos meninos de antigamente. Entendo por “antigamente” qualquer época que aceite com naturalidade o vocabulário náutico de que este livro está repleto: brigues, bujarronas, traquetes de riz duplo, enfrechates a barlavento. Para muitos, que nunca souberam se há diferença entre “convés” e “tombadilho”, essa terminologia sempre teve o encanto exótico, agreste e preciso que, para os narradores desses livros, ao contrário, aflora das ilhas tropicais.
Mais do que um romance de aventuras, entretanto, “A Narrativa de Arthur Gordon Pym” é um livro de Poe, e quem conhece seus contos “de terror, mistério e morte” reencontrará algumas velhas obsessões do autor. O medo de ser enterrado vivo, por exemplo. O desafortunado Arthur Gordon Pym experimenta-o duas vezes nesta narrativa: quando embarca às escondidas no brigue Grampus – turbulências a bordo vedam a saída de seu esconderijo – e quando se aventura pelas gretas de um desfiladeiro, perto do vilarejo selvagem de Klock-Klock.
Histórias de cadáver que se reanima, de homem vivo que se disfarça de morto, de homem morto que se disfarça de vivo, descrições de canibalismo e putrefação – todo o lado macabro de Poe, enfim – convivem com seu lado cerebral e detetivesco -mensagens em código, propósitos ocultos dos personagens, planos impraticáveis- e, sobretudo, com trechos de análise quase “científica” de alguns estados psicológicos, como a amnésia, a alucinação e, claro, o pavor. Para o leitor contemporâneo, no entanto, aquilo que talvez mais chame a atenção é o humor que subjaz a tantas descrições horripilantes. Como para fazer denúncia à invencionice do protagonista, que narra as aventuras em primeira pessoa, multiplicam-se a cada página os detalhes mais inverossímeis. Culminam na descrição final de uma ilha onde vigora o horror à cor branca -mesmo os dentes dos nativos são negros- e onde a água, em vez de transparente, é veiada e furta-cor. O poético-paisagístico tem menos destaque, no texto de Poe, que o efeito de incredulidade que se quer provocar.
Mas não podemos falar de Poe sem falar – um pouco mais – de “The Raven” (O Corvo) que, como disse anteriormente, é um dos mais conhecidos – se não o mais conhecido – poemas de Edgar Allan Poe. É descrito como um dos poemas mais assustadores da literatura ocidental e é carregado em sombras, melancolia e solidão. Reunindo as duas mais famosas traduções do poema – de Machado de Assis e Fernando Pessoa, respectivamente -, além do seu original, a obra dá espaço para falar um pouco sobre a profundidade por trás de cada palavra escolhida pelo autor, e do que faz dessa melancólica trama um marco tão grande para a história.
“The Raven” teve sua primeira publicação no “New York Evening Mirrorem”, em 29 de janeiro de 1845. Passou a ser um dos poemas mais conhecidos do mundo literário. Foi tão bem aceito, que logo que tornou uma sensação no meio, gerando diversas reimpressões, foi parodiado, debatido e adaptado. Assim, Edgar Allan Poe, com um espírito melancólico e desanimado, virou a partir desse momento uma celebridade.
Embora muito traduzido para as mais diversas línguas, a magia verbal do texto original dificilmente pode ser captada. O Corvo possui uma atmosfera gótica e uma narrativa ornada de terror. Sua popularidade nos Estados Unidos é tanto, que milhões de americanos são capazes de o citar apenas de memória. Assim, mesmo com o passar dos (muitos) anos, o poema surpreende os amantes da literatura com sua construção ritmada e principalmente com o final do refrão repetitivo “Nevermore” (nunca mais).
Vamos nos despedindo com uma frase do gênio literário Edgard Alan Poe: “É de se apostar que toda ideia pública, toda convenção aceita seja uma tolice, pois se tornou conveniente à maioria.”.
Espero que tenham gostado do post. Leiam o post, leiam os livros. Vejo todos vocês no próximo post.
Jota Cortizo
Versión española: Halloween + E.A. Poe = Terror absoluto.
Una gran OI para todos. Espero que se encuentre bien y en excelente estado de salud. Que tengas una buena semana. Pues bien, como ya reza el título del post, traemos algunas líneas sobre Halloween, el terror y uno de los grandes maestros de este subgénero: Edgar Alan Poe.
En las muchas publicaciones que PHANTASTICUS exploró sobre el tema Teror + Poe, una de las publicaciones principales fue “El arte de aterrorizar de Edgar Allan Poe”. Enlace a continuación (solo copie y pegue en su navegador)
jotacortizo.wordpress.com/2015/05/23/a-arte-de-aterrorizar-por-edgar-allan-poe-el-arte-de-aterrorizar-por-edgar-allan-poe/
Cuando nació, el 19 de enero de 1809, Edgar Allan Poe solo se llamaba Edgar Poe. Sin embargo, en el espacio de solo dos años, su padre abandonó a la familia y su madre murió, lo que significó que fue llevado a una familia de acogida, los Allan, quienes pronto lo nombraron con el nombre que tan bien conocemos. Pero…
Resulta que el futuro autor nunca se llevó bien con su nuevo “padre”, un comerciante de los más diversos productos, incluidos esclavos, llamado John Allan. Después de numerosas fricciones, los dos se separaron y John finalmente eliminó a Edgar de su testamento. A su vez, se negó a firmar el segundo nombre, prefiriendo escribir solo “Edgar A. Poe”.
La primera obra publicada por Edgar Allan Poe, que a la edad de 18 años tenía solo 50 copias impresas, es una colección de poemas ciertamente modestos, escritos durante la adolescencia del autor. Se olvidó durante años, pero solo se “notó” muchos años después de la muerte de Poe. Se titula “Tamerlán y otros poemas”, está firmado en la portada por “un natural de Boston” y fue publicado en julio de 1827, siendo recibido con casi total indiferencia por la crítica y el público. Hoy es uno de los libros más valiosos del mundo. Con solo 12 copias del libro todavía en existencia, fue considerado uno de los títulos más raros de la literatura estadounidense. Una de estas copias acabó vendiéndose, en 2009, por 662.500 dólares.
El poema “O Corvo” convirtió a Edgar Allan Poe en una celebridad, construyendo su legado sobre bases muy sólidas, como gran referente de la literatura gótica. Pero la obra del maestro de lo macabro toca muchos más géneros que el terror. Poe es, además, señalado por muchos como uno de los inventores de la ficción policial, especialmente debido a historias como “La narrativa de Arthur Gordon Pym”, que resultó ser una inspiración importante para autores como Jules Verne. y HG Wells. Y fue el mismo Poe quien creó las primeras historias de detectives, con su Auguste Dupin allanando el camino para investigadores como Sherlock Holmes y Hercule Poirot en Los crímenes de Rue Morgue.
Tormentas, naufragios, disturbios a bordo, islas desiertas y ataques de salvajes, no necesariamente en este orden (ni en ningún orden, por cierto), hacen de esta novela una de esas típicas novelas de aventuras leídas por los chicos de antaño. Me refiero a “en los viejos tiempos” cualquier momento que acepte naturalmente el vocabulario náutico del que está lleno este libro: brigues, foques, huellas de doble cara, caras de barlovento. Para muchos, que nunca supieron si hay diferencia entre “baraja” y “baraja”, esta terminología siempre ha tenido el encanto exótico, salvaje y preciso que, para los narradores de estos libros, por el contrario, toca las islas tropicales.
Sin embargo, más que una novela de aventuras, “Arthur Gordon Pym’s Narrative” es un libro de Poe, y cualquiera que conozca sus cuentos “de terror, misterio y muerte” encontrará algunas de las viejas obsesiones del autor. El miedo a ser enterrado vivo, por ejemplo. El desafortunado Arthur Gordon Pym lo experimenta dos veces en esta narración: cuando se cuela en el bergantín Grampus – la turbulencia a bordo le impide salir de su escondite – y cuando se aventura por las grietas de un desfiladero, cerca del salvaje pueblo de Klock-Klock.
Historias de un cadáver que revive, de un hombre vivo que se disfraza de muerto, de un hombre muerto que se disfraza de vivo, descripciones de canibalismo y putrefacción, todo el lado macabro de Poe, en resumen, conviven con su cerebro y mensajes de detectives en código, propósitos ocultos de los personajes, planes poco prácticos y, sobre todo, con extractos de análisis casi “científicos” de algunos estados psicológicos, como la amnesia, la alucinación y, por supuesto, el pavor. Para el lector contemporáneo, sin embargo, lo que quizás sea más sorprendente es el humor que subyace a tantas descripciones horribles. Como para denunciar el invento del protagonista, que narra las aventuras en primera persona, los detalles más improbables se multiplican en cada página. Culminan con la descripción final de una isla donde prevalece el horror del color blanco -incluso los dientes de los nativos son negros- y donde el agua, en lugar de ser transparente, es veteada e iridiscente. El paisaje-poético tiene menos énfasis, en el texto de Poe, que el efecto de incredulidad que se quiere provocar.
Pero no podemos hablar de Poe sin hablar, un poco más, de “The Raven” (El cuervo) que, como dije antes, es uno de los más populares. poemas conocidos, si no los más conocidos, de Edgar Allan Poe. Se describe como uno de los poemas más espantosos de la literatura occidental y está cargado de sombras, melancolía y soledad. Reuniendo las dos traducciones más famosas del poema -de Machado de Assis y Fernando Pessoa, respectivamente-, además de su original, la obra da espacio para hablar un poco sobre la profundidad que hay detrás de cada palabra elegida por el autor, y lo que hace a esta. La melancolía trama un hito para la historia.
“El cuervo” tuvo su primera publicación en el “New York Evening Mirrorem”, el 29 de enero de 1845. Se convirtió en uno de los poemas más conocidos del mundo literario. Fue tan bien aceptado que apenas se convirtió en una sensación en el medio, generando varias reimpresiones, fue parodiado, debatido y adaptado. Así, Edgar Allan Poe, con espíritu melancólico y desanimado, se convirtió en una celebridad a partir de ese momento.
Aunque se ha traducido mucho a los idiomas más diversos, la magia verbal del texto original difícilmente se puede capturar. Corvo tiene una atmósfera gótica y una narrativa embellecida de terror. Su popularidad en los Estados Unidos es tan grande que millones de estadounidenses pueden nombrarlo de memoria. Así, incluso con el paso de (muchos) años, el poema sorprende a los amantes de la literatura con su construcción rítmica y sobre todo con el final del repetitivo estribillo “Nevermore” (nunca más).
Nos despedimos con una frase del genio literario Edgard Alan Poe: “Apostamos a que toda idea pública, toda convención aceptada es una tontería, porque se ha vuelto conveniente para la mayoría”.
Espero que hayas disfrutado de la publicación. Lea la publicación, lea los libros. Nos vemos a todos en la próxima publicación.
Jota Cortizo
Fontes/fuentes:
Imagem principal – aescotilha.com.br/wp-content/uploads/2018/04/literatura-fantastica-introducao-parte-1.png
Capa:
revistaestante.fnac.pt/edgar-allan-poe-mestre-macabro/
1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2906200210.htm
queriaestarlendo.com.br/2019/04/resenha-o-corvo.html#:~:text=%C3%89%20descrito%20como%20um%20dos,respons%C3%A1vel%20por%20toda%20a%20obra.
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ficcoeshumanas.com.br/post/resenha-o-corvo-de-edgar-allan-poe
pt.wikisource.org/wiki/O_Corvo_(tradu%C3%A7%C3%A3o_de_Machado_de_Assis)
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